Todos temos necessidade de contar e ouvir histórias, pois é com elas que tentamos dar forma à complexidade da vida, restaurar a ordem com a imaginação, partilhando experiências, ouvindo o outro, criando empatia e esperança no indivíduo e na comunidade. O ato de contar e ouvir histórias é assim uma experiência única e renovada constantemente pela cumplicidade entre contador e ouvinte. “Veio-me à bica um conto” será isso mesmo: um momento de partilha da palavra viva, fresca como a água, em que teceremos a meias essa trama feita de palavras e silêncios que faz dos contos poderosos instrumentos de pensamento.
Miguel Gouveia nasce tirsense, com um par de costelas durienses, e conta e lê em voz alta desde que, em 2001, pequenas criaturas o apelidaram de professor. Em 2008, a meias com a sua cara-metade, cria a Bruaá Editora e abandona o ensino para se tornar mestre-de-obras, dedicando-se a tempo inteiro à edição, tradução, leitura em voz alta e narração oral. Como leitor sonoro, apresenta-se em bibliotecas, escolas, livrarias, associações e festivais com os “Concertos de leitura”, designação emprestada do escritor brasileiro Rubem Alves. Enquanto contador de histórias, trabalha com um repertório construído em grande parte a partir da tradição oral portuguesa e recolhas pessoais. Atualmente é também livreiro na Bruaá/ Livraria do Convento em Coimbra, onde regularmente apresenta os “Concertos de Leitura” para adultos. E bem ou mal contado, este conto está acabado.
